A sorte segue a coragem.

“Faça o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores para fazer melhor ainda!”

A frase acima foi dita pelo filósofo Mário Sérgio Cortella e ela diz muito sobre as dinâmicas vividas dentro não só das empresas, mas das famílias ou qualquer outro círculo social em que vivemos.

Já parou para pensar no peso da palavra medíocre? De fato é uma palavra pesada, porém ela significa somente que algo está na média, que é comum.

Estranho que, ao mesmo tempo em que ninguém gosta de ser considerado medíocre, muitos seguem fazendo somente o possível ou aquilo que está facilmente ao seu alcance. E, infelizmente, esse é um comportamento natural do cérebro humano: procrastinar. Fomos programados para gastar o mínimo de energia possível dentro dos limites da sobrevivência. Entretanto, esta programação servia para que nossos ancestrais, na época das cavernas, pudessem sobreviver mantendo a sua subsistência.

Até aqui concordamos que medíocre não é um adjetivo que queremos ter associados à nossa pessoa. Que bom, isso significa que buscaremos fazer sempre o melhor, nas condições que temos, enquanto não temos condições melhores para fazer melhor ainda – foi isso que disse o Cortella no início deste texto, certo?

Num mundo perfeito, tudo o que está escrito acima seria realidade. Mas, infelizmente, não é isso que acontece. No mundo real, vivemos um surto de terceirização de culpa, e isso deve-se ao fato de ninguém querer carregar o título de “medíocre”.

Existem alguns culpados clássicos e posso dizer que, além de serem grandes conhecidos nossos, possuem nomes próprios.

Normalmente, culpamos a crise, seja ela qual for, interna ou externa; culpamos o dólar, seja por estar muito caro ou muito barato; o governo também costuma liderar essas listas, seja o nosso ou de outro país, de direita, esquerda, de cima ou de baixo, o governo sempre aparece; uma famosa que anda um pouco em baixa ultimamente é a inflação, essa já corroeu estruturas gigantes.

Existem outros culpados menos comuns, mas sempre constantes como as taxas, colegas de trabalho, trânsito, frio, calor, dor… A lista é muito grande.

Nas horas vagas, eu faço triathlon, nado, pedalo e corro. O grande sonho de quase todos os triatletas é realizar um Ironman, uma prova duríssima, em que você compete, principalmente, com sua mente e seu corpo. Uma verdadeira batalha interna, claro, se você for um simples mortal como eu, pois existem os atletas de elite que competem com outros atletas de elite, e a briga lá é pelo podium.

No meio do triathlon é muito comum a terceirização da culpa pela falta de performance, mas muito comum mesmo.

Desculpas clássicas: “não fui bem por conta do vento”, “o mar estava agitado”, “meu pneu furou”, “a organização errou”, “o nutricionista não acertou minha suplementação”, “aquele cara foi sacana”, “meu relógio ficou sem bateria”. Mais uma vez, a lista é muito grande.

Ora, para realizar uma prova em que você deve nadar 3.800 metros, pedalar 180km e correr 42km, tudo no mesmo dia e em sequência, o mais necessário é uma preparação para driblar qualquer uma dessas adversidades e seguir com o plano, sem terceirizar a culpa caso algo não saia dentro do planejado.

O mesmo acontece em nossas empresas. “Não atingi a meta por culpa do cliente”, “a empresa errou no cálculo”, “o produto não é bom”, “o concorrente lançou algo melhor”. Novamente, lista grande.

Em que momento você normalmente assume a culpa por algo? Quando você levanta a mão e diz “desculpa time, a culpa foi minha”?

Caso esteja pensando que isso poderá te tornar medíocre, seu pensamento está errado. Assumir a culpa é o ápice de assumir a responsabilidade por algo e isso é verdadeiramente algo muito inspirador para um time.

Quando foi que você se entregou verdadeiramente em um treinamento que a empresa ofereceu e tentou absorver todo o conteúdo para se tornar um profissional e uma pessoa melhor?  Quando foi que você se interessou em estudar profundamente sobre algo – um concorrente, um mercado – e trouxe esses dados para uma mesa de reunião?

Pois é. Infelizmente, esses não são os comportamentos mais comuns que observamos por aí. Culpa da procrastinação instalada em nossos cérebros? Talvez seja. Mas você sempre terá a opção de se dedicar mais e, naturalmente, apresentar um resultado melhor.

Você está fazendo o melhor ou o possível?

A sorte segue a coragem.

 

Um forte abraço!

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